A prevenção e redução daincidência de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente ascardiovasculares, é uma das dez metas globais da Organização Mundial da Saúde(OMS) para 2019. O objetivo – somando todas essas enfermidades – é que hajaatendimento médico-hospitalar para um bilhão a mais de pessoas este ano, emcomparação com números de 2018.
As doenças crônicas nãotransmissíveis, como hipertensão, diabetes e câncer, são responsáveis por maisde 70% de todas as mortes no mundo. São 41 milhões de óbitos por ano, revela aOMS. O mais grave é que essa preocupante estatística inclui 15 milhões de pessoasque falecem prematuramente, ou seja, com idade entre 30 e 69 anos. Mais de 85%desses episódios ocorrem em países de baixa e média renda. A prevenção emitigação das principais causas reduziria de modo significativo a perda dessasvidas.
A OMS, corroborando conclusões depesquisas inequívocas, alerta que o aumento dessas doenças tem sidoimpulsionado por cinco fatores de risco: tabagismo, sedentarismo, uso nocivo doálcool, dietas pouco saudáveis e a poluição do ar. Tais causas também agravam asaúde mental. Metade de todos os transtornos psicológicos começa aos 14 anos,mas a maioria não é detectada e tratada de maneira oportuna. Tais problemas, emmuitos casos, levam as pessoas a se descuidarem da saúde como um todo,inclusive com o coração.
Um dos aspectos mais importantesdas ações previstas pela OMS para reduzir a incidência das doençascardiovasculares em 2019 é trabalhar com os governos para atingir a meta globalde redução em 15% da inatividade física até 2030. Isso será feito por meio da implementaçãode uma série de políticas que incentivem as pessoas a se mexerem mais todos osdias.
É muito importante que todos,independentemente de campanhas e iniciativas nacionais e internacionais dosgovernos e organismos multilaterais, equilibrem seus hábitos rotineiros,adotando práticas mais saudáveis.
Com uma postura responsável comseu próprio corpo, as pessoas melhoram seu bem-estar (e o de suas famílias!), econtribuem para que as estatísticas relativas às mortes por doenças nãotransmissíveis sejam menos traumáticas a cada ano. Vamos todos, incluindomédicos e profissionais das distintas áreas da saúde, nos engajar comdeterminação nessa causa em favor da vida!
Dr. José Francisco Kerr Saraiva,Presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).