04 de maio de 2024 - SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Por ocasião do Dia do Cardiologista, 14 de agosto, terça-feira próxima, a Socesp destaca dados de seu estudo Épico (Projeto Epidemiológico de informações da Comunidade), mostrando que a mortalidade por doenças cardiovasculares não caiu nos últimos 10 anos em São Paulo. É um resultado alarmante, considerando que as características socioeconômicas e demográficas do Estado são semelhantes às de países desenvolvidos, onde há constante redução de óbitos por essa causa.

A Socesp, entidade que reúne mais de sete mil cardiologistas todos os anos em seu Congresso, coletou informações de 2.500 pacientes de ambos os gêneros, de quatro cidades do Estado de São Paulo, em 102 unidades básicas de saúde. Aproximadamente 70% dos avaliados eram mulheres. Constatou-se alta prevalência de obesidade. Identificou-se, também, nível defasado de instrução educacional associado à baixa renda familiar: 79% dos avaliados não haviam concluído o Ensino Fundamental e 78% tinham renda familiar inferior a dois salários mínimos. 

Observou-se, ainda, baixo controle dos fatores de risco cardiovascular: somente metade dos pacientes com histórico de hipertensão apresentava pressão arterial dentro das metas preconizadas pelas Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia; apenas um quarto dos portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 apresentavam valores de glicemia dentro das metas preconizadas pelas diretrizes médicas da SBC e SBD; o controle da dislipidemia (colesterol e/ou triglicérides elevados) é o fator de risco cardiovascular menos controlado. Somente 16% apresentavam valores dentro das metas preconizadas pela diretriz da SBC.

Baseada nesses resultados, a Socesp aproximou-se dos municípios para somar forças em prol da redução das taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares. Nesse sentido, realiza o Épico, levantando dados sobre possíveis variáveis associadas ao não controle do colesterol e triglicérides, hipertensão e diabetes, causas principais desses males, elaborando uma estratégia para prevenção e controle. 

De acordo com o cardiologista e presidente da Socesp, Dr. José Francisco Kerr Saraiva, a prevalência da obesidade e descontrole da pressão arterial, colesterol e diabetes é a causa da não redução das mortes por doenças cardiovasculares na população paulista. “Uma coisa é você ter um infarto na Avenida Paulista, onde existem vários hospitais especializados próximos; outra coisa é ter um infarto em um bairro de uma cidade do interior onde, às vezes, falta o básico. Os profissionais que atuam nas UBS e hospitais do Interior nem sempre estão preparados para lidar com a doença, que pode levar a óbito se o atendimento não for rápido e assertivo”. 

O Épico é um projeto composto por duas ondas. A primeira consiste no levantamento de dados de prevalência e de fatores associados ao risco cardiovascular na prevenção primária de pacientes assistidos em unidades básicas de saúde. A segunda será composta pela elaboração de uma estratégia multifacetada, baseada nos resultados obtidos na primeira e posterior avaliação de sua efetividade no controle dos fatores de risco cardiovascular. 

O projeto, em todas as suas fases, é custeado pela própria Socesp. Ficam a cargo dos municípios apenas as coletas de dados para as análises e interpretações dos resultados, que serão posteriormente discutidos com os gestores de saúde das cidades. Atualmente, o Épico encontra-se no Vale do Ribeira, Grande São Paulo, Capital, Baixada Santista, Região dos Mananciais, Jaguariúna e Grande Campinas.

 


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