20 de abril de 2024 - SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Com a chegada do inverno hoje (21), as temperaturas começarão a cair ainda mais em todo o país. Alguns boatos circulam nas redes sociais dizendo que será o inverno mais rigoroso dos últimos 100 anos. A informação não é confirmada tecnicamente por especialistas que, por outro lado, não excluem a informação de que teremos sim, um inverno mais gelado este ano. Este comentário assusta toda a população, sobretudo, a que vive nas ruas frias de São Paulo. Uma pesquisada publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2017 estima que no Brasil existem mais de 100 mil moradores de rua. 

De todo modo, com as temperaturas mais baixas nos próximos meses, a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) adverte que casos de infarto e outras doenças do coração podem aumentar, principalmente entre os idosos, cardiopatas e pessoas que ficam expostas ao tempo, como os moradores de rua. 

O frio aumentou os riscos dos moradores em situação de rua e outras pessoas que ficam expostas ao tempo, a desencadearem ou desenvolverem doenças cardiovasculares. O cardiologista e presidente da Socesp, Dr. José Francisco Kerr Saraiva, explica que, em baixas temperaturas, o organismo aumenta a atividade metabólica para produzir mais calor e, assim, aumentar a temperatura corpórea e o frio induz ao espasmo das artérias coronárias. “Esse movimento faz com que o coração se esforce mais, o que pode desencadear uma insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e arritmias”, afirma Saraiva.

Levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgado em 2016, apontou que a capital paulista tem 15.905 mil moradores de rua, o dobro do existente no ano 2000. Segundo a prefeitura de São Paulo, existem 10 mil vagas fixas para acolhimento de moradores de rua e, emergencialmente, foram criadas 1.437, totalizando 11.437. Quase 30% dos moradores ficam desabrigados, aumentando o risco de desenvolverem diversas doenças, incluindo as cardiovasculares.

A Socesp destaca que o consumo de alimentos quentes, como sopas, e o uso de agasalhos adequados são importantes para tentar reduzir os riscos à saúde e, especificamente, contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares. Para evitar complicações, as pessoas que ficam expostas às baixas temperaturas devem manter-se agasalhadas. Além disso, o consumo de líquidos aquecidos é uma boa opção de aquecer o organismo. 

Para Saraiva, os moradores de rua, muitas vezes idosos, já com cardiopatia ou não, às vezes abusam do álcool, com a falsa ideia de se proteger do frio, e acabam sofrendo hipotermia, com risco de morrer. “No inverno, pacientes mais idosos e portadores de cardiopatias crônicas têm mais chances de desenvolver complicações”, salienta o cardiologista. 

Pessoas com maior propensão a doenças nesta época, como cardiopatas, idosos e portadores de outras doenças crônicas, devem proteger-se das baixas temperaturas, agasalhando-se de maneira adequada, reduzindo a exposição ao frio, tomando os medicamentos de uso habitual e alimentando-se adequadamente.


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