20 de abril de 2024 - SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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MANIFESTO DA SAÚDE EM DEFESA DA MANUTENÇÃO DOS PRAZOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE REGRAS MAIS RIGOROSAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO VEICULAR NO BRASIL

O Brasil e o mundo foram surpreendidos no ano de 2020 pelasérie de consequências negativas resultantes da ampla difusão da pandemia donovo coronavírus. Os alarmantes índices de mortalidade e internações insistemem manter-se altos, e as consequências econômicas e sociais ainda sãoimensuráveis. O que já está claro para todos é que não podemos culpabilizar ovírus por todas as graves consequências. O investimento permanente em saúde,ciência e pesquisa, aliado a uma gestão pública eficiente, em parceria com osetor privado, são necessários para assegurar o bem-estar coletivo diante de adversidadescomo esta que nos defrontamos atualmente. É nesse sentido que nós,representantes de associações profissionais da área da saúde, viemos noscolocar publicamente sobre um maior perigo global ao ser humano depois daCovid-19: a poluição do ar. Segundo o Air Quality Life Index (AQLI), elaboradopelo Energy Policy Institute da Universidade de Chicago, o ar tóxico voltará aser o principal vilão para as atuais e futuras gerações quando a pandemia forcontrolada, ultrapassando a água insalubre e as doenças transmitidas porvetores. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os efeitos adversos dospoluentes atmosféricos manifestam-se com maior intensidade em crianças, idosos,indivíduos portadores de doenças respiratórias e cardiovasculares crônicas e,especialmente, nos segmentos da população mais desfavorecidos do ponto de vistasocioeconômico. Apesar de graves estes efeitos são bem conhecidos da classemédica. No entanto, estudo recente da Universidade de Harvard concluiu que orisco de óbito por Covid-19 chega a ser 15% maior em populações que vivem emregiões mais poluídas. Isso implica afirmar que juntos, o novo coronavírus e amá qualidade do ar, são os principais adversários a serem combatidos em defesada vida. Veículos motorizados, em especial ônibus e caminhões, são a principalfonte de poluição do ar na maior parte das regiões urbanas do país, responsávelpelo adoecimento e mortalidade precoce por diversas causas e outros danos aomeio ambiente. Dentre 40 cidades no Brasil monitoradas para a qualidade do arpela OMS, todas se encontram mais tóxicas do que indicam os níveis preconizadospara a segurança em saúde. Nesse sentido, as entidades signatárias solicitampublicamente aos diretamente envolvidos - governo brasileiro, membros doConselho Nacional do Meio Ambiente. (Conama) e indústria automobilística e seus fornecedores – amanutenção dos prazos para a implementação do Programa de Controle da Poluiçãodo Ar por Veículos Automotores (Proconve), definidas em comum acordo desde2018, por meio de resoluções do Conama.

O programa dispõe de regras mais rigorosas para a emissão depoluentes, mas que nada mais são do que a utilização de tecnologias amplamenteutilizadas em outras partes do mundo pelas mesmas montadoras que atuam no país. Segundo investigação do Instituto Saúde e Sustentabilidade,a utilização destas tecnologias nas novas frotas dos veículos pesados salvará150 mil vidas até 2050, além de permitir uma economia de R$ 539 milhões ao SUS.Estes dados vão ao encontro ao relatório das Nações Unidas que revelou que osbenefícios para a saúde ultrapassam em muito os custos do combate à mudançaclimática.

A situação enfrentada pela pandemia deve nos levar a um novoe melhor patamar de saúde e do meio ambiente e não servir como motivação paraque ocorram retrocessos nessas áreas, que se mostram neste momento essenciaisao futuro da humanidade.

 


Assinam este documento:

 

Academia Brasileira de Neurologia (ABN)

 

Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet)

 

Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência(Abramurgem)

 

Associação Brasileira de Nutrologia (Abran)

 

Associação Médica do Paraná (AMP)

 

Associação Paulista de Medicina (APM)

 

Associação Paulista de Neurologia (Apan)

 

Campanha Inimigo Invisível

 

Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA)

 

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia eObstetrícia (Febrasgo)

 

Instituto Saúde e Sustentabilidade (ISS)

 

Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estadode São Paulo (Sindhosp)

 

Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM)

 

Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

 

Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp)

 

Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT)

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