29 de março de 2024 - SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Espiritualidade pode reduzir risco de doenças cardiovasculares

O tema,cada vez mais considerado na prática clínica em geral, foi abordado nesta quinta-feira, 31 demaio, no primeiro dia do 39º Congresso da Sociedade deCardiologia do Estado de São Paulo – Socesp, no Transamérica Expo Center, nacapital paulista. O Painel "Questões relevantes em Espiritualidade para aPrática Clínica", foi coordenado por Ieda Biscegli Jatene, diretora daSocesp, e contou com os seguintes palestrantes: Álvaro Avezum, diretor de Promoção ePesquisa da entidade e considerado pela consultoria Thomson Reuters (2014)como um dos quatro cientistas brasileiros com produção acadêmica de maiorimpacto no mundo; Roberto Esporcatte, professor da Universidade do Estado doRio de Janeiro e membro do Grupo de Estudos em Espiritualidade e MedicinaCardiovascular; e  Elizabete Silva dos Santos, chefe da Seção deEmergências e Coordenadora do Centro de Treinamento e Simulação em Cardiologiado Instituto Dante Pazzanese. 

Diferentespesquisas descrevem que a fé e a espiritualidade podem ajudar a reduzirsintomas como ansiedade, depressão e estresse, além de mudar hábitos como pararde beber e fumar. Em consequência, podem diminuir o risco de doençascardiovasculares. O médico Álvaro Avezum salienta que a espiritualidade nãoestá necessariamente ligada a uma religião. "É o conjunto de atitudes queas pessoas adotam na sua prática de vida e a maneira como se relacionam. Acapacidade de perdoar, que elimina mágoas e é um conceito ligado àespiritualidade, é um exemplo disso. Tudo pode interferir no estado emocional,que influencia a saúde e o tratamento de doenças".

Aespiritualidade também pode ajudar no enfrentamento de modo mais sereno desituações comuns na sociedade contemporânea, comodificuldades financeiras, separação conjugal, questões relacionadas aosfilhos ou à família, desemprego e problemas profissionais. De acordo com ocardiologista, "ao nos sentirmos magoados por algum motivo, liberamosadrenalina na circulação, o que é altamente benéfico quando estamos praticandoexercícios físicos e precisamos que o sangue chegue aos músculos e a respiraçãoacelere". Acontece que, quando estamos parados, a adrenalina pode não sertão benéfica quanto em atividades físicas, provocando aumento dos batimentoscardíacos e da pressão arterial e a constrição dos vasos, podendo até mesmo resultarem um infarto.

ParaAvezum, entender as práticas diárias, criar bom relacionamento com o paciente eestabelecer com ele uma confiança recíproca são os pontos primordiais para queo médico desenhe um perfil emocional e identifique a reação das pessoas diantedas emoções.

Depoimentosde Roberto Esporcatte reiteram que a espiritualidade não está necessariamenteligada a uma religião, mas à busca pessoal de um propósito para a vida e de umatranscendência, que envolve também as relações com a família, a sociedade e oambiente. Para o especialista, o médico não pode deixar de interagir com opaciente sob esse aspecto. A abordagem aplica-se, ainda, àqueles que estão nogrupo não religioso, como agnósticos ou ateus.

SegundoEsporcatte, inúmeros estudos vêm demonstrando que indivíduos com maiorreligiosidade ou espiritualidade apresentam menor incidência de muitas doenças.Além disso, esse grupo consome menos álcool e tabaco e tem menos sintomasdepressivos.

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