19 de abril de 2024 - SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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ENTREVISTA COM A COORDENADORA CIENTÍFICA DE GINECOLOGIA DA SOGESP, LUCIA HELENA SIMÕES DA COSTA PAIVA

Lucia Helena Simões da Costa Paiva é Professora Titular de Ginecologia e coordenadora do Ambulatório de Menopausa do CAISM/Unicamp e coordenadora científica de ginecologia da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo – SOGESP


SOCESP: A SOCESP irá promover uma manhã inteira para debater a saúde da mulher em seu Congresso e, pela primeira vez, uma parceria com a SOGESP e Associação Brasileira do Climatério foi firmada. Qual é a importância, na sua visão, desse debate entre as duas especialidades?


Lucia Helena Paiva: Eu acredito que foi uma iniciativa excelente da SOCESP promover este evento contando com o apoio da SOGESP. Certamente contribui para avanço e intercambio de conhecimento para uma atenção integral a saúde da mulher. Problemas cardiovasculares são comuns e podem acometer as mulheres em alguns momentos fisiológicos de maior risco durante a gravidez e na fase de menopausa. Desta forma, ambas as especialidades precisam estar preparadas para uma abordagem adequada destes problemas e esse debate entre as especialidades vem favorecer tanto aos cardiologistas, os ginecologista e principalmente as próprias pacientes.



SOCESP: A menopausa é um momento crítico na vida da mulher, de grandes transformações e consequente aumento de risco cardiovascular. Na busca por se manter ativa, bonita, as mulheres têm buscado soluções que muitas vezes comprometem a saúde global. Como a sra. avalia o implante hormonal para fins estéticos? Em quais casos apenas ele deveria ser usado? 


Lucia Helena Paiva: Implantes hormonais, que apresentam estudo científicos confirmando eficácia e segurança para as usuárias, são apenas os implantes de progestogenios, que são utilizados para fins de contracepção. Outros implantes contendo estrogênio, testosterona não são recomendados para fins estéticos e também não existem estudos de longo prazo com casuística grande que comprove a segurança destes implantes. Por isso, baseado na pouca evidência científica disponível, as sociedades médicas nacionais e internacionais de ginecologia e de endocrinologia não recomendam uso desses implantes. Nenhum implante é recomendado para fins estéticos


SOCESP: Como a mulher pode enfrentar essa fase (menopausa) com saúde? É difícil envelhecer em nossa sociedade? 


Lucia Helena Paiva: Vários aspectos culturais principalmente nas sociedades ocidentais dificultam e tornam a experiência de passar pela menopausa muitas vezes uma experiência dolorosa experiência difícil. Hoje se valoriza muito a questão da juventude, a questão da beleza física. Por esse motivo muitas vezes a mulher quando chega a menopausa é vista de uma forma muito negativa, muito depreciativa e, sem dúvida nenhuma, pra viver melhor esta fase da vida acho que a primeira questão é ter informações sobre a menopausa. Procurar ler e se informar sobre as mudanças e os sintomas que podem ocorrer. Buscar informações, trocar experiências com outras mulheres e buscar auxílio médico para tratamento para os sintomas torna, sem dúvida, a passagem pela menopausa mais tranquila.


SOCESP: Existe um protocolo para reposição hormonal com hormônios básicos que todas as mulheres devem repor ou a composição é individual? Qual melhor método (mais seguro) implante, adesivo, pomada?


Lucia Helena Paiva: Não existe um protocolo para terapia de reposição hormonal que seja recomendado para todas as mulheres. A escolha da terapia de reposição hormonal é uma escolha conjunta feita entre a mulher e o seu ginecologista, levando em consideração as preferências da mulher, as indicações e as contra indicações de cada mulher. Existem diretrizes e recomendações q devem ser seguidas, mas não há um protocolo, a terapêutica deve ser individualizada.

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