19 de maio de 2024 - SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Por que carne vermelha está mais relacionada a doenças cardiovasculares que carnes brancas?
As carnes bovinas sempre foram relacionadas as doenças cardiovasculares porque geralmente contém mais gordura saturada, que é mais vulnerável a formação de placas de gordura na artéria. Estudos recentes têm mostrado que, além da gordura saturada, existe o aumento de uma substância química denominada TMAO (óxido de trimetilamina) no organismo de indivíduos que consomem carne bovina com muita frequência. O TMAO é formado por bactérias intestinais durante o processo de digestão. O mecanismo exato pelo qual o TMAO contribui para o aumento da doença cardiovascular é complexo. Alguns estudos mostram que o TMAO, assim como a gordura saturada, aumenta o depósito de gordura na artéria. Outras investigações identificaram outra forma de ação, a interação do TMAO com plaquetas do sangue que são responsáveis por sua coagulação, aumentando o risco de infarto e derrame.

O que entra na categoria carne vermelha?
Nessa categoria temos as carnes de vaca, de porco, de cordeiro, de vitela, de cordeiro e de veado. 

Pacientes cardíacos em geral têm restrição no consumo de miúdos, mesmo de aves. Qual a relação das entranhas com o risco cardíaco? 
Esses alimentos são ricos em colesterol, mas também possuem vários outros nutrientes, tais como, vitamina A, vitamina B12, ferro e zinco. O consumo de miúdos pode fazer parte de uma dieta saudável e pode ser inserido na dieta eventualmente. A porção ideal é a mesma da carne, cerca de 150 gramas.

Na hora de escolher um tipo de carne vermelha para consumir, quais são as peças com menos potencial nocivo à saúde e com qual tipo de cozimento?
O ideal é sempre consumirmos as peças com menor quantidade de gordura como, por exemplo, alcatra, patinho, maminha, lagarto, coxão mole, coxão duro e filé mignon. As carnes podem ser assadas, cozidas ou grelhadas com óleo vegetal em substituição a manteiga.
Importante ressaltar aqui que consumir carnes vermelhas magras é melhor, mas não é suficiente para diminuir a produção do TMAO, substância discutida anteriormente e relacionada ao risco cardiovascular. O importante é diminuir a frequência do consumo das carnes vermelhas durante a semana.

O consumo em grandes quantidades (mais de 500g por semana) de carne branca representam algum risco ao coração?
Embora em menor quantidade, a carne proveniente das aves também possui gordura saturada. O seu consumo deve, portanto, ser controlado. A quantidade de gordura saturada é maior dependendo da parte da ave consumida, assim como o consumo da pele. A parte mais escura, como coxa e sobrecoxa tem geralmente o dobro de gordura quando comparada ao peito de frango. A remoção da pele de frango diminui cerca de 45% a quantidade de gordura.A quantidade de 500g por semana não é uma quantidade excessiva. Algumas pessoas têm esse consumo em apenas uma refeição, sendo o exagero o grande problema. A quantidade ideal por refeição varia entre 100 a 150 gramas.Se considerarmos 300g de peixe a quantidade de consumo ideal mínima semanal, o que representa 2 a 3 refeições, poderíamos dividir as outras refeições com carnes brancas e vermelhas. Se aumentarmos a participação do peixe nas refeições semanais, ainda melhor.

Que alimentos são aconselhados para consumo em uma dieta equilibrada no lugar de carnes?
A frequência do consumo de carne vermelha pode e deve ser diminuída se pensarmos em redução do risco cardiovascular. A carne branca magra, assim como os ovos, substituem muito bem a carne vermelha, sendo os peixes os melhores substitutos, por serem igualmente ricos em proteína, com a vantagem de conterem gorduras mais saudáveis ao coração, as insaturadas. O ideal é consumir uma das refeições do dia sem a carne vermelha e a sugestão é sempre o jantar, refeição em que a tendência é sempre o exagero de calorias e gordura. Tente, nessa refeição, substituir a carne por ovos, peixe, frutos do mar ou alimentos ricos em proteína vegetal, como as castanhas e os grãos.


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