REVASCULARIZAÇÃO PERCUTÂNEA PARA DISFUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA ISQUÊMICA - REVIVED-BCIS2

PERCUTANEOUS REVASCULARIZATION FOR ISCHEMIC LEFT VENTRICULAR DYSFUNCTION - REVIVED-BCIS2
Lilia Nigro Maia, Pedro Ivo De Marqui Moraes, Marcelo Arruda Nakazone

Objetivo: O REVIVED-BCIS2 foi um ensaio clínico randomizado que buscou avaliar se arevascularização por intervenção coronária percutânea (ICP) poderia melhorar a sobrevidalivre de eventos e a função ventricular esquerda em pacientes com disfunção sistólicagrave do ventrículo esquerdo de etiologia isquêmica e doença arterial coronariana (DAC)extensa, em comparação com a terapia medicamentosa otimizada (TMO) isolada. Métodos:Trata-se de um estudo multicêntrico do Reino Unido que randomizou pacientes com fraçãode ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ? 35%, DAC extensa passível de abordagempor ICP e comprovação de miocárdio viável para comparação entre dois grupos: ICPassociada à TMO (grupo ICP) versus TMO isolada (grupo TMO). O desfecho primário foicomposto por morte por qualquer causa ou hospitalização por insuficiência cardíaca. Osprincipais desfechos secundários foram mudança na FEVE aos 6 e 12 meses e escoresde qualidade de vida. Resultados: Foram randomizados 700 pacientes, sendo 347 nogrupo ICP e 353 no grupo TMO. Em um seguimento mediano de 41 meses, o desfechoprimário ocorreu em 129 pacientes (37,2%) no grupo ICP e em 134 pacientes (38,0%) nogrupo TMO (Hazard Ratio 0,99; Intervalo de Confiança [IC] 95% 0,78 a 1,27; P = 0,96). AFEVE foi semelhante nos dois grupos aos 6 meses (diferença média -1,6%; IC 95% -3,7a 0,5%) e aos 12 meses (diferença média 0,9%; IC 95% ?1,7 a 3,4%). Os escores dequalidade de vida aos 6 e 12 meses apresentaram tendência a superioridade ao grupoICP, mas a diferença diminuiu e foi neutra em 24 meses. Conclusão: Em pacientes comdisfunção sistólica grave de ventrículo esquerdo de etiologia isquêmica e DAC extensa, arevascularização por ICP não resultou em menor incidência de morte por qualquer causaou hospitalização por insuficiência cardíaca.

VOLUME 34 - Nº 1

Janeiro/Março 2024

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