INVESTIGAÇÃO DO TRATAMENTO DA FA REUMÁTICA COM ANTAGONISTAS DA VITAMINA K, RIVAROXABANA OU ASPIRINA - ESTUDO INVICTUS

INVESTIGATION OF RHEUMATIC AF TREATMENT USING VITAMIN K ANTAGONISTS, RIVAROXABAN OR ASPIRIN STUDIES - INVICTUS TRIAL
Idelzuita Leandro Liporace, Andreia Dias Jeronimo, Cecília Maria Quaglio Barroso

A doença cardíaca reumática (DCR) é endêmica em países em desenvolvimento. Os estudos com anticoagulantes de ação direta (direct-acting oral anticoagulants — DOAC) para a prevenção de eventos cardiovasculares em pacientes com fibrilação atrial (FA) associada a DCR têm sido limitados. O estudo INVICTUS avaliou dados de 4.531 pacientes com FA e DCR que apresentavam: escore CHA2 DS2 VASc?2, área valvar mitral ?2 cm2 , e presença de contraste espontâneo ou trombo no átrio esquerdo. Os pacientes foram randomizados para receber rivaroxabana 20 ou 15 mg ou antagonista da vitamina K (AVK). O desfecho primário de eficácia foi um composto de acidente vascular cerebral, embolia sistêmica, infarto do miocárdio ou morte por causas vasculares (cardíacas ou não cardíacas) ou desconhecidas. O desfecho primário de segurança foi sangramento maior. A duração média de seguimento foi de 3,1±1,2 anos. A média de idade dos pacientes foi de 50,5 anos, e 72,3% eram mulheres. Na análise por intenção de tratar, o desfecho primário ocorreu em 560 pacientes (8,21%) no grupo rivaroxabana e 446 pacientes (6,5%) no grupo AVK (HR, 1,25; IC 95%, 1,1–1,4; P<0,001). Ocorreu uma incidência de 23% a mais de morte no grupo rivaroxabana do que no grupo AVK (HR, 1,23; IC 95%, 1,09–1,40). Não houve diferença entre os grupos na taxa de sangramento maior. Em conclusão, entre os pacientes com FA associada a DCR, a terapia com AVK apresentou uma taxa mais baixa de eventos cardiovasculares ou morte do que a terapia com rivaroxabana, sem aumento na taxa de sangramento.

VOLUME 34 - Nº 1

Janeiro/Março 2024

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