Objetivo: Discutir os efeitos da suplementação probiótica sobre os fatores de risco associados às doenças cardiovasculares (DCVs). Métodos: Trata-se de uma revisão de escopo,cuja a busca de artigos foi feita na base de dados MEDLINE/PubMED. Para elaboração, asetapas (1) formulação da pergunta norteadora; (2) estratégia de busca e coleta; (3) análise;(4) apresentação e interpretação dos dados, foram seguidas. Os critérios para inclusão dosestudos foram: (1) revisões sistemáticas com meta-análise principalmente do tipo guarda-chuva;(2) publicados até os últimos dois anos; (3) com seres humanos; (4) que avaliaram o efeitodos probióticos sobre os desfechos colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade(LDL-c), lipoproteína de alta densidade (HDL-c), triglicérides (TG), glicemia, hemoglobinaglicada (HbA1c), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD) e N-óxido detrimetilamina (Trimethylamine N-oxide — TMAO). Os tamanhos de efeito (TE) foram extraídoscom base na diferença média (MD), diferença média ponderada (weighted mean difference —WMD) ou diferença média padronizada (standardized mean difference — SMD). Resultados:A suplementação probiótica exerceu efeito positivo sobre os níveis de LDL-c (SMD: -0,29;95% IC: -0,40 até -0,19) e HbA1c (SMD: -0,32; 95% IC: -0,44 até - 0,20), bem como para aadiposidade corporal (MD: -0,71 kg; 95% IC: - 1,1 até -0,32 kg). Por outro lado, não foi verificadoefeito sobre os níveis de TMAO (WMD: -0,08 µmol/L; 95% IC: -0,76 até -0,60). Consideraçõesfinais: Uma análise mais crítica revela que os efeitos são, sobretudo, pequenos e com elevadaheterogeneidade. Além disso, clinicamente, não fica claro o quão as mudanças observadassão determinantes para o desenvolvimento, ao longo do tempo, das DCVs.