OBESIDADE E DIABETES

OBESITY AND DIABETES
Mariana Pinheiro Xerfan Corso, Marjorie Hayashida Mizuta, Fabiana Cordeiro Juliani, Viviane Zorzanelli Rocha

O excesso de peso, resultante de fatores genéticos, comportamentais e socioeconômicos, tornou-se uma preocupação global, afetando mais de 1,9 bilhão de indivíduos, com uma prevalência que triplicou desde 1975. Paralelamente, o diabetes tipo 2 segue a mesma trajetória preocupante. Globalmente, estima-se que 463 milhões de adultos vivam com diabetes, número que deve aumentar para 578 milhões até 2030. O índice de massa corpórea (IMC) é uma ferramenta valiosa para avaliar a obesidade em escala populacional, mas apresenta limitações. Estudos recentes destacam a adiposidade abdominal como indicador independente de morbimortalidade, especialmente quando combinada ao IMC elevado. A obesidade é um fator central na gênese de inúmeras desordens, incluindo a resistência à insulina, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, distúrbios imunológicos e a doença hepática gordurosa. Além de armazenar energia, o tecido adiposo é um órgão ativo, desempenhando papel central na regulação metabólica através da secreção de uma gama de mediadores. O ganho de peso induz mudanças no seu perfil secretório, particularmente aumento da produção de mediadores inflamatórios, desencadeando inflamação sistêmica e disfunção metabólica. Macrófagos ativados contribuem para esse processo, evidenciando a interconexão entre obesidade, inflamação e resistência à insulina. A perda de peso sustentada, alcançada por meio de mudanças no estilo de vida, atividade física e dieta equilibrada, é fundamental. No entanto, a cirurgia bariátrica e terapias medicamentosas, como o uso de análogos do GLP-1, mostram-se promissoras e necessárias em significativa parcela dos casos. O tratamento da obesidade não apenas melhora a saúde metabólica, mas também impacta positivamente o controle do diabetes.

VOLUME 34 - Nº 1

Janeiro/Março 2024

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