EFEITOS DA MUDANÇA DE ESTILO DE VIDA NA PREVENÇÃO DE RISCO CARDIOMETABÓLICO

EFFECTS OF LIFESTYLE CHANGE ON CARDIOMETABOLIC RISK PREVENTION
Ana Maria Pita Lottenberg, Roberta Marcondes Machado, Marcos Pita Lottenberg, Simão Augusto Lottenberg

Estilo de vida inadequado caracterizado por dieta inapropriada, comportamento sedentário e uso de fumo são condições que, de forma isolada ou conjunta, impactam negativamente os principais fatores de risco cardiovascular. Muitos indivíduos não atingem as metas desejáveis para pressão arterial sistêmica, colesterol LDL e glicemia. Frequentemente, o excesso de peso, caracterizado por sobrepeso ou obesidade, é a principal causa das alterações cardiometabólicas observadas globalmente. Estudos que implementaram intervenções para mudança de estilo de vida, como o DPP (Diabetes Prevention Program), Look Ahead e o DiRECT, mostraram que o cuidado intensivo caracterizado por encontros frequentes com a equipe, orientação para prática regular de atividade física e seguimento de padrão alimentar adequado resultou em perda de peso e melhora nos fatores de risco cardiovascular. Particularmente, no estudo DiRECT, observou-se remissão do diabetes mellitus tipo 2 para aqueles que perderam mais de 15 kg em um ano. A American Heart Association propõe métricas a serem atingidas pela população, com a finalidade de prevenir risco cardiometabólico. Denominado “8 condições essenciais da vida” (Life’s Essential 8), o documento preconiza dieta saudável, prática de atividade física, não fumar, peso adequado, valores apropriados de lipídeos e glicose, pressão arterial e sono de boa qualidade. Para que sejam efetivas, as mudanças de estilo de vida devem ser sustentadas no longo prazo, por meio de encontros frequentes com profissionais capacitados e abordagem que contemple hábitos culturais e preferências do paciente, evitando planos alimentares e estratégias radicais, que penalizam o indivíduo, dificultam o seguimento e favorecem a interrupção do tratamento. Assim, ressalta-se a adoção de estilo de vida saudável no tratamento da obesidade e de suas comorbidades para melhora da saúde cardiometabólica. Este artigo enfatiza ainda a importância da implantação de medidas de políticas de saúde pública que contribuam efetivamente para o enfrentamento das doenças crônicas não- -transmissíveis (DCNT) a fim de garantir a qualidade de vida da população.


VOLUME 34 - Nº 1

Janeiro/Março 2024

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