Volume 33 - Número 3

As miocardiopatias são um grupo complexo de doenças com múltiplas etiologias e expressão heterogênea que levam a distúrbios funcionais do coração. As manifestações clínicas, quando presentes, podem ser impactantes ao paciente. Elas variam de acordo com a existência de disfunção sistólica, diastólica ou ambas. Algumas miocardiopatias também podem causar dor torácica, síncope, arritmias ou morte súbita. O controle dos sintomas e o manejo da terapêutica medicamentosa são grandes desafios para os profissionais de saúde e para o paciente. O engajamento em comportamentos de autocuidado é uma estratégia eficaz que otimiza os desfechos clínicos ao paciente e envolve três processos: autocuidado de manutenção com ações que buscam a estabilidade da doença, como adesão à terapêutica medicamentosa e não medicamentosa; percepção dos sintomas, que abrange o reconhecimento e a interpretação adequada dos sinais e sintomas, e o autocuidado de manejo, que se refere às ações do paciente em resposta aos sinais e sintomas apresentados. O autocuidado tem um papel essencial no manejo da fase crônica, e se destina a de mitigar descompensações e fases agudas da doença. A presença de equipe multidisciplinar é essencial no manejo de pacientes com miocardiopatia e estratégias como monitoramento remoto do paciente e intervenções educativas devem ser direcionadas à melhora do autocuidado ao paciente no contexto hospitalar, ambulatorial e transicional do hospital ao domicílio. Fatores associados aos pacientes, como sociais, clínicos e psicológicos, devem ser observados para implementação de intervenções personalizadas, bem como a inclusão dos cuidadores informais é uma ferramenta importante no cuidado desses pacientes.

Descritores: Miocardiopatias; Cuidados de Enfermagem; Autocuidado; Insuficiência Cardíaca.