As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade ao redor do mundo, sendo também responsáveis por relevante carga de morbidade. Nas últimas décadas, evidências mostram diferenças entre homens e mulheres no que tange a fatores de risco clássicos para doença cardiovascular, sintomas à apresentação de eventos, exames complementares de estratificação de risco, além de tratamento e prognóstico. Além disso, a crescente identificação de fatores de risco cardiovascular inerentes ao gênero feminino (como síndrome dos ovários policísticos, eventos adversos gestacionais, menarca e menopausa precoces, terapia de reposição hormonal) e a falta de ferramentas de predição de risco cardiovascular que contemplem tal risco são desafios para o manejo dessas afecções tão frequentes. A abordagem e medidas de prevenção primária e secundária das doenças cardiovasculares na mulher requerem abordagens efetivas nas diversas esferas inerentes e não inerentes ao gênero. Neste artigo, abordamos as medidas para prevenção primária e secundária de doenças cardiovasculares em mulheres.