A síndrome de Brugada (SBr) e a síndrome do QT longo congênito (SQTL) são as canalopatias de maior prevalência na população, com grande importância em jovens recuperados de parada cardiorrespiratória (PCR). É comum o diagnóstico em pacientes assintomáticos, seja por achados de eletrocardiograma ou por rastreamento familiar. Entretanto, mesmo sem eventos prévios, esses pacientes apresentam risco aumentado para arritmias graves em relação à população geral. O manejo dos pacientes assintomáticos envolve o acompanhamento clínico periódico, reforço de medidas comportamentais e atualização de ferramentas complementares para estratificação de risco. O eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações identifica os casos de fenótipo manifesto e, em alguns casos, está indicado o teste provocativo específico para SBr (ajmalina) e SQTL (Viskin e teste ergométrico). O teste genético está cada vez mais difundido e acessível, estando indicado no diagnóstico, para estratificação de risco na SQTL e para rastreamento familiar na SBr. A estratificação de risco é gene guiada na SQTL e, na SBr, ainda controversa, baseada em sinais eletrocardiográficos e estudo eletrofisiológico. A indicação de cardiodesfibrilador implantável (CDI) em assintomáticos é individualizada.