SÍNCOPE: O QUE O CLÍNICO PRECISA SABER EM 2023

SYNCOPE: WHAT’S NEW IN 2023
Fátima Dumas Cintra

A síncope é um sintoma comum na prática clínica, correspondendo a aproximadamente 1 a 3% das admissões em sala de emergência e 6% das admissões hospitalares são secundárias a síncope. Prevalência estimada de 19% com discreta predileção pelo sexo feminino. Apesar de um curso benigno na maioria das vezes, a síncope exige atenção em grupos selecionados de pacientes. A taxa de mortalidade é variável e está diretamente relacionada à causa subjacente, sendo observados os piores desfechos em pacientes com mais de 60 anos e síncope secundária à doença cardíaca. Dessa forma, diante de um paciente com síncope, é fundamental a estratificação do risco com o objetivo de se afastar gravidade. Além disso, a síncope é associada a alta morbidade, uso excessivo de serviços de saúde e alto custo. Pode impactar negativamente múltiplos domínios da qualidade de vida, incluindo saúde física, mental e funcionalidade, o que potencialmente pode tornar a qualidade de vida de portadores de síncope recorrente tão comprometida quanto pacientes com doenças crônicas. A investigação diagnóstica visa estratificar o risco e definir o provável mecanismo subjacente. A história clínica detalhada, exame físico e eletrocardiograma de 12 derivações são mandatórios para todos os pacientes que se apresentam quadro de síncope com o objetivo de afastar causas cardíacas. Após essa avaliação inicial, o racional de investigação deve seguir a hipótese diagnóstica principal e as diretrizes preconizadas para cada suspeita clínica. O objetivo principal do tratamento é a diminuição da recorrência e a prevenção de eventos cardiovasculares nos pacientes onde foi documentada alguma causa potencialmente grave. 

VOLUME 34 - Nº 1

Janeiro/Março 2024

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