FIBRILAÇÃO ATRIAL ASSINTOMÁTICA: QUAIS AS IMPLICAÇÕES E QUANDO DEVO TRATAR?

ASYMPTOMATIC ATRIAL FIBRILLATION: CLINICAL IMPLICATIONS AND MANAGEMENT?
Frederico Scuotto, Luiz Carlos Paul, Guilherme Fenelon

A fibrilação atrial (FA) pode se apresentar de modo assintomático em 40–50% dos casos. Sua incidência está relacionada principalmente à idade avançada, sexo masculino, e maior número de comorbidades. Seu diagnóstico requer registro eletrocardiográfico de 12 derivações completo ou 30 segundos de registro eletrocardiográfico por outro método (Holter, Monitor de Eventos Externo). Já a FA subclínica e os episódios de alta frequência atrial (atrial high rate episodes – AHRE), que fazem parte do espectro da FA assintomática, são geralmente rastreados por dispositivos cardíacos implantáveis (marcapassos e monitor de evento implantável), porém sem a documentação eletrocardiográfica descrita. Uma vez que a primeira manifestação clínica da FA assintomática pode ser um evento tromboembólico, como acidente vascular cerebral (AVC), o rastreamento em pacientes de alto risco é de suma importância. O rastreamento pode ser feito pela orientação do paciente para palpação do pulso, passando pela utilização de dispositivos vestíveis com registro eletrocardiográfico, como relógios inteligentes, chegando até o padrão-ouro, o monitor de eventos implantável. A anticoagulação (ACO) é a principal medida em pacientes estratificados como alto risco tromboembólico na FA assintomática. Embora a FA subclínica aumente o risco de AVC, o benefício da ACO ainda é incerto. Quanto ao manejo da FA, o controle de ritmo tem se destacado sobre o controle de frequência cardíaca, mesmo nos pacientes assintomáticos, pelos melhores desfechos demonstrados em recentes ensaios clínicos. Nesse sentido, a ablação por cateter tem ocupado um papel importante em razão de sua elevada eficácia/segurança atingida nos últimos anos. 

VOLUME 34 - Nº 1

Janeiro/Março 2024

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