19 de abril de 2024 - SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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O CONTEXTO DO SOBREPESO E OBESIDADE E SUA RELAÇÃO COM A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)

O excesso de peso é um importante e crescente problema de saúde pública no mundo. Uma recente análise de dados de 195 países revelou que a prevalência da obesidade dobrou em mais de 70 países desde 1980 (GADDEet al., 2018), e perspectivas futuras não se mostram promissoras neste cenário.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,9 bilhões de adultos foram considerados sobrepeso, e mais de 650 milhões eram obesos em todo o mundo em 2016. Estimou-se ainda, que mais de 340 milhões de crianças e adolescentes com idade entre 5 e 19 anos e 41 milhões de crianças com menos de 5 anos estavam acima do peso ou obesas neste mesmo ano (HALL et al., 2019).

Ainda mais alarmante, estimativas preveem um aumento substancial para 3,3 bilhões de pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 25,0kg/m², correspondendo a 57,8% da população adulta mundial até o ano de 2030 (FINKELSTEIN et al., 2012).

No Brasil, o cenário não se mostra diferente, dados recentesda pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada pelo Ministério da Saúde que a prevalência da obesidade na população adulta aumentou de 11,6% para 18,9% entre 2006 e 2016, crescendo 60% em dez anos (MATERKO et al.,2017). Historicamente, a obesidade era considerada um importante problema de saúde pública apenas em países de alta renda (HALL et al., 2019). No entanto, este cenário parece não ser mais o atual, haja vista que atualmente pelo menos um terço da população mundial apresenta sobrepeso ou obesidade e ainda, mais de 60% das pessoas com obesidade vivem em países em desenvolvimento, nos quais a prevalência de hipertensão e distúrbios cardiometabólicos associados à obesidade vem aumentando vertiginosamente (HALL et al., 2019).

Em suma, a obesidade é definida pela massa corporal desproporcional para a altura com acúmulo excessivo de tecido adiposo,  geralmente acompanhada de um quadro de inflamação sistêmica crônica de baixo grau (GONZÁLEZ-MUNIESA et al., 2017).

Nos últimos anos, a obesidade vem sendo reconhecida como uma doença crônica que, por sua vez, está comumente associada aodesenvolvimento de outras condições clínicas como o diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer, distúrbios musculoesqueléticos, entre outras (GADDE et al., 2018). No entanto, uma das comorbidades mais comuns associadas à obesidade é a hipertensão (HALL etal., 2019). Estudos epidemiológicos indicam que 65% a 75% da hipertensão

primária (essencial) se deve ao excesso de peso ou obesidade (GARRISON etal., 1987; HALL et al., 2019). A figura abaixo, sumariza os principais aspectos abordados sobre a obesidade até o momento.

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