16 de abril de 2024 - SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Mesmo em tempo de coronavírus, cuidados para evitar a  dengue devem ser mantidos


Especialista da Socesp alerta para complicações cardiológicas derivadas

das doenças causadas pelo Aedes aegypti. Por conta do verão

excessivamente chuvoso que enfrentamos e ainda em época de calor em

grande parte do país e o combate aos criadouros do mosquito não

devem ser negligenciados, mesmo com o protagonismo do coronavírus


em nossa rotina.


Boletim epidemiológico do início de fevereiro do Ministério da Saúde

aponta que o Aedes aegypti não tirou férias: o número de casos

prováveis da doença para as primeiras cinco semanas do ano foi 19%

superior aos notificados no mesmo período do ano passado. Em outras

palavras: os cuidados da população e das autoridades de saúde com a

dengue estão longe de serem renegados a segundo plano.

“A dengue – e outras doenças causadas pelo mosquito, como a zika e da

chikungunya – pode ocasionar complicações cardíacas em uma parcela

dos infectados”, diz o cardiologista e diretor científico da SOCESP

(Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) Luciano Drager. “A

miocardite é um exemplo.”

Segundo o médico, isso ocorre porque essas doenças desencadeiam

uma resposta de defesa, uma inflamação – que pode, em alguns casos,

ser excessiva e acabar atingindo outros órgãos, como o coração. “A

miocardite pode levar ao crescimento do coração e desencadear

arritmias, algumas vezes graves”, alerta. Entre os sintomas mais comuns

da miocardite estão dor no peito, palpitações, sensação de cansaço e

falta de ar. “Quando a doença evolui para essa complicação, essas

reações normalmente aparecem entre uma e duas semanas após a

contaminação.”

De acordo com Drager, apesar de, na maioria dos casos, o coração

voltar ao normal após o período de inflamação, o tratamento da

miocardite deve ser precoce e incluir acompanhamento de um

especialista, a fim de evitar sequelas e o aparecimento de outras

doenças cardiológicas.

Grupo de risco


Os incluídos no chamado grupo de risco – pessoas acima de 60 anos,

cardiopatas e aqueles com patologias crônicas em geral –, ao contraírem

dengue, devem buscar orientação médica para saber, inclusive, sobre

parar ou não de tomar medicações de uso contínuo. “Em pacientes com

problemas de coração, na ocorrência da forma mais agressiva da

doença, a dengue grave (conhecida por dengue hemorrágica), o uso de

medicamentos que afinam o sangue devem ser temporariamente

suspensos”, explica o cardiologista. Em outras situações, a queda na

pressão arterial provocada pela dengue pode exigir e redução ou

suspensão dos remédios de quem controla a pressão por via

medicamentosa. “Mas vale reforçar que, estatisticamente, a grande

maioria dos acometidos pela dengue não apresentarão cardiopatias

derivadas da infecção viral.”

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