Como o psicológico afeta a imunidade?
O estresse é uma reação do nosso organismo, uma manifestação dentro de uma normalidade
humana, estresse é alerta, medo é proteção, porém sempre digo, todo excesso tem uma falta, então
excessos como de trabalho, preocupação, aborrecimentos, traumas, frustrações de forma constate e
exagerada, falta de rotina para sono e alimentação mesmo que por motivos de festas, viagens,
atividade física só que de forma exagerada, estes são alguns dos fatores que criam uma falta de
equilíbrio, de harmonia no nosso corpo.
O estado emocional, psicológico afeta a imunidade sim, o ser humano é um todo e neste todo temos
sistemas de defesa através dos neurotransmissores, eles determinam o comportamento humano, a
percepção dos nossos sentidos e atuam na regulação das nossas emoções, estudos apontam para
isso e na prática do dia a dia observamos que esses neurotransmissores envolvidos nos quadros de
estresse podem inibir as células do sistema imune, e aí baixa a imunidade e a pessoa adoece. Já
ouviu o termo, emoção a flor da pele? Passa por aí, a emoção representada na pele, no corpo, um
corpo nu em sua defesa, logo desprovido de proteção.
O estado emocional pode ativar problemas de saúde desde uma crise alérgica, ataque de tosse, até
doenças mais sérias como ansiedade, depressão, doenças auto imunes, transtornos mais severos
associados à pré disposição genética.
Isso acorre também com pessoas acometidas por doenças psiquiátricas, ou seja, doenças já
instaladas e que normalmente podem diminuir a imunidade em casos de depressão, psicoses como
esquizofrenia, transtorno bipolar, a pessoa tem uma baixa de energia até mesmo pra buscar ajuda
para se cuidar ou não conseguem ter noção do que estão passando devido ao grau de
comprometimento dado pela psicose, nesses casos essa relação existe primeiro pela doença mental.
Nosso corpo é casa e comida para invasores, um bom sistema imunológico tem um bom combate,
mas difícil manter um sistema equilibrado principalmente em momentos como esse que estamos
passando, e devemos também associar ao contexto de cada um, o momento de vida que a pessoa
está vivendo, relacionamentos tóxicos seja na vida pessoal, no trabalho ou até mesmo em relações
de amizade, vários dos sintomas mencionados anteriormente podem estar relacionados.
Uma pessoa num relacionamento conflituoso pode perder o apetite e consequentemente passar a
comer mal, ter dificuldade para dormir ou perda de sono durante a madrugada, consequentemente
queda se rendimento, gerando ansiedade associado a sintomas como taquicardia, sudorese, medo,
angústia... todos esses sintomas enfraquecem o organismo abrindo brechas para invasores se
instalarem e logo a pessoa adoece.
Mesmo assim não podemos simplificar dizendo, “o trabalho me adoeceu” ou “o casamento acabou
com minha saúde”, a maneira de cada um lidar com as adversidades da vida, com as frustrações
podem ou não contribuir para o adoecimento, o sofrimento humano é inerente, vale se conhecer
para ter um bom repertório de defesa emocional, imunidade emocional.
O corpo fala, e o problema é quando fala de forma reativa exagerada seja para mais ou para menos,
desde uma crise alérgica até o desenvolvimento de uma doença como lúpus, esclerose múltipla,
entre outras, geralmente suas manifestações estão associadas à conflitos psíquicos que a pessoa
carrega por anos e muitas vezes na negação, pois a negação é um mecanismo de defesa, mas mais
cedo ou mais tarde a conta chega... vale ressaltar que a pessoa deve procurar um médico tratar a
doença física, por isso as equipes multidisciplinares são essenciais, tratamentos com médicos,
nutricionistas, psicólogos, atividade física entre outros. O remédio muda sintoma a psicoterapia
muda o sentido.
Somos biopsicossocial e espiritual independente de religião, harmonia é como uma orquestra, todos
tocam bem, os sons e instrumentos se misturam, mas se um toca mal, salta aos olhos, ouvidos e
destoa, não tem harmonia, assim é nosso corpo humano.
SARA ALVES DE RESENDE
CRP 06/103274