20 de abril de 2024 - SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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O impacto da tecnologia na Assistência Farmacêutica

O impacto da tecnologia na Assistência Farmacêutica

Por Alessandra Santos Menegon 

O uso da telemedicina e inteligência artificial está causando uma verdadeira revolução na área da saúde. Principalmente nos últimos anos, impulsionada pelas necessidades que surgiram durante a pandemia do COVID-19, estes conceitos estão cada vez mais delineando nosso cotidiano. Na área da Farmácia, isso não foi diferente. O uso de novas tecnologias está mudando a face da assistência farmacêutica no mundo ao impactar a promoção, o acesso aos medicamentos, o cuidado e a gestão da saúde, por meio de software que possibilitam integrar informações precisas para o desenvolvimento de processos inovadores. Exemplos destes são inúmeros: uma rápida pesquisa pelo site do Conselho Federal de Farmácia ou em bases de dados como Scielo e Pubmed evidenciam a grande quantidade de software que estão em desenvolvimento para automatizar tarefas logísticas, aumentar a segurança no momento da avaliação de prescrições de medicamentos e dispensação, além de ajudar a aumentar a adesão ao tratamento.
Na área do Cuidado Farmacêutico, uma nova tecnologia está mostrando resultados promissores, a saúde móvel (mHealth). Definida pela Organização Mundial da Saúde como a oferta de serviços médicos e/ou de Saúde Pública que se valem do apoio tecnológico de dispositivos móveis, ela é de baixo custo, fácil acesso e fácil de usar, e tem o potencial de atingir uma população global nunca antes observada em serviços de saúde. No primeiro trimestre de 2021, havia cerca de 53.054 aplicativos mHealth disponíveis na Google Play Store, número significativamente maior em relação ao mesmo período de 2015, no qual havia cerca de 23.955 aplicativos disponíveis na plataforma. Com a facilidade de aquisição de conhecimento por meio da Internet móvel, é inegável que essa tecnologia será parte integrante do futuro dos cuidados com a saúde. Essa foi a conclusão de uma análise nos Estados Unidos que demostrou que um em cada três proprietários de celulares usavam seu dispositivo para procurar aconselhamento sobre cuidados de saúde e 19% baixavam aplicativos relacionados à saúde em seu dispositivo.
Mediante desses avanços tecnológicos e com a integração das informações, os farmacêuticos devem se preparar para atuar por meio desta revolução. Muitos destes profissionais que trabalham no atendimento ao público perdem muito tempo se dedicando a tarefas logísticas e burocráticas que poderiam ser automatizadas por modelos inteligentes. Com a automatização de funções logísticas, o farmacêutico poderia se dedicar à atividade em que é mais útil à população - a clínica. Assim, com auxílio da tecnologia, a assistência farmacêutica poderá focar na melhor farmacoterapia para cada população e, via a consolidação do cuidado farmacêutico, irá se aproximar cada vez mais do objetivo final de qualquer profissão da área da saúde, o paciente.

Referências

1.World Health Organization. mHealth: new horizons for health through mobile technologies: based on the findings of the second global survey on ehealth. Geneva: World Health Organization; 2011.
2.Number of mHealth apps available in the Google Play Store from 1st quarter 2015 to 1st quarter 2021. In Statista - The Statistics Portal. Acessível em: https://www.statista.com/statistics/779919/health-apps-available-google-play-worldwide/.
3.Keusch, Florian, Alexander Wenz, and Frederick Conrad. "Do you have your smartphone with you? Behavioral barriers for measuring everyday activities with smartphone sensors." Computers in Human Behavior 127 (2022): 107054. 


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